Hoje choveu um mar.
No fim da tarde,
Tudo estava molhado e quieto,
Mas o céu plúmbeo imenso
Coberto de nuvens ainda
Ameaçava chover
Uma cigarrazinha aqui,
Outra acolá denunciavam
O silêncio e a ressaca do mato.
O verde acordava na cinza pedra
O cimento molhado,
O cachorro molhado,
As abelhas molhadas.
Minha alma encharcada,
Molhada e muda
Não precisou chorar.
Nagibe de Melo Jorge Neto
Mossoró, 10.01.2011